segunda-feira, 7 de julho de 2008

MISS MARTHA WATTS

A escrava alforriada de Martha Watts
Fonte: Memorial de Piracicaba, 2000, do autor

Autoria: Cecílio Elias Netto
Prudente de Moraes preparou, a pedido de Martha Watts, a carta de alforria de Flora
Documento precioso se encontra no Centro Cultural Martha Watts, Museu Prof.Jair de Araújo Lopes", do Colégio Piracicabano. Trata-se da carta de alforria da escrava Flora Blumer, que foi cozinheira daquele colégio. A história é das mais edificantes.
A escrava Flora nasceu em Porto Feliz, em 1833, na fazenda de Matias de Toledo, que era tio da Baronesa de Porto Feliz. Em 19 de abril de 1875, a escrava Flora foi vendida a Pedro Blumer, em Piracicaba, que foi um dos primeiros a criar máquina industrial no Estado de São Paulo. (Da família Blumer, origina-se a mãe do escritor Thomas Mann.) Miss Martha Watts - que chegara a Piracicaba em 1881 - era amiga da família Blumer e precisava de uma cozinheira para o recém criado Colégio. Sendo amiga dos Blumer, que eram luteranos, Miss Martha Watts "comprou" a escrava Flora - que levava o nome de seus "donos", Blumer, tornando-se Flora Blumer de Toledo mais tarde - dando-lhe carta de alforria, registrada no 2. Cartório de Notas de Piracicaba, livro 33, folhas 45, datada de 25 de novembro de 1881. O procurador de Miss Martha Watss era o futuro presidente da República, dr.Prudente de Morais.
Flora Blumer de Toledo, a escrava alforriada, tornou-se, em 1833, membro da Igreja Metodista Central, tendo adquirido bons conhecimentos da língua inglesa, acompanhando o Rev.Koger, pastor metodista, a uma viagem de férias aos Estados Unidos. Flora trabalhou no Colégio Piracicabano até 1893, quando morreu, e foi enterrada no antigo cemitério dos protestantes, hoje Cemitério da Saudade, porem com a nova estruturação das quadras atuais, a sepultura da escrava Flora Blumer de Toledo desapareceu. , e até hoje não é mais possivel fazer uma localização exata.

Nenhum comentário: